Em uma manhã comum, durante um de nossos passeios pelos espaços da Casinha, uma descoberta transformou o dia, e as semanas seguintes. No pé de Manacá-de-cheiro, as crianças encontraram uma lagarta. Curiosas e atentas, decidiram acompanhá-la de perto, dando início a uma experiência que uniu cuidado, observação e encantamento com os ciclos da natureza.
Com todo zelo, a lagarta foi levada para a sala e acomodada em um potinho com folhas frescas da mesma árvore. Todos os dias, o ajudante da vez se encarregava de colher novas folhas para alimentá-la. O grupo observava com atenção cada movimento, cada traço, e registrava com dedicação o desenvolvimento em um calendário feito especialmente para essa missão.
A cada manhã, novos olhares curiosos se voltavam ao potinho, até que, em poucos dias, a grande mudança aconteceu: a lagarta se transformou em casulo. Começava ali a fase mais misteriosa e silenciosa da metamorfose.
Foram 14 dias de espera, contados com entusiasmo e expectativa. E então, diante dos olhos atentos das crianças, a borboleta nasceu.
O momento em que ela voou pela primeira vez, sendo solta na natureza, foi celebrado com alegria e admiração. Não era só o voo de uma borboleta, era a vivência concreta de um processo de transformação que tocou a todos, com beleza e leveza.
Na Casinha Pequenina, experiências como essa nos lembram que o tempo da infância é o tempo da observação cuidadosa, da escuta atenta e da construção de vínculos com o mundo vivo. A borboleta voou, mas deixou em nós a marca de um aprendizado que só acontece quando se vive com presença.


